Governo prepara socorro à Azul usando Fundo de Garantia à Exportação


Esta não é a primeira vez que o governo libera o FGE para as empresas aéreas. No final de dezembro de 2023, o governo aprovou a garantia do FGE para as empresas pagarem pela manutenção de motores na Celma, empresa de motores da Boeing em Petrópolis. A Azul foi a única empresa a acessar a garantia, levantando na época US$ 200 milhões. A Gol entrou no Chapter 11 um mês depois. E a Latam não se interessou.

Desta vez, segundo apurou a coluna, o FGE está sendo estruturado para bancar a compra futura de combustível sustentável de aviação (SAF), que será enquadrado como exportação. O FGE deve garantir 100% da operação. Com isso, a Azul poderá pegar um empréstimo de R$ 2 bilhões no mercado, apresentando como única garantia o FGE.

A linha anterior do FGE para motores de avião, a garantia do governo cobria 95% da operação.

Segundo fontes, a operação deve ser apreciada no dia 8 de maio, data da próxima reunião do Cofig (Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações), colegiado da Câmara de Comércio Exterior que acompanha as operações do FGE e também do Proex (Programa de Financiamento às Exportações).

A garantia dá uma sobrevida para a Azul. Hoje a empresa anunciou uma captação de R$ 600 milhões com credores que já possuem títulos da empresa no exterior, tendo como colateral recebíveis de cartões de débito e crédito. Os títulos vencem em 6 meses, mas a empresa se comprometeu a quitar o empréstimo antes caso consiga levantar um empréstimo garantido pelo governo antes desse prazo.

Segundo noticiado pela Bloomberg, a Azul contratou o banco PJT Partners para levantar esse empréstimo ponte. A intenção original era captar R$ 900 milhões, mas a empresa só conseguiu garantir dois terços disso. O mesmo aconteceu com a oferta pública de ações realizada na semana passada: a empresa levantou R$ 1,661 bilhão, sendo R$ 1,6 bilhão proveniente em conversão de dívidas de credores antigos. A empresa esperava captar até R$ 4,1 bilhões.



Fonte: Uol