Esposa de cantor sertanejo usava família e terceiros como laranjas para lavar dinheiro do PCC, diz PF

Segundo as investigações, Jaqueline, que é ex-companheira de um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), apontado como braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, teria recebido quase R$ 3 milhões entre 2018 e 2022 para manter uma vida de luxo e lavar dinheiro para a facção.

A ação da polícia cumpriu três mandados de busca e apreensão em Campo Grande. Os policiais estiveram em uma casa na Vila Nhanhá em Campo Grande. No local, a Polícia Federal apreendeu um carro registrado no nome da mãe de Jaqueline. Os policiais também estiveram no condomínio, na saída para Três Lagoas, onde apreenderam um carro de luxo.

A Justiça também determinou o bloqueio de mais de R$ 2,7 milhões suspeitos de ligação com a facção.

O que diz a defesa de Jaqueline?

A defesa da mulher negou qualquer envolvimento com atividades criminosas e disse que Jaqueline recebeu com surpresa as diligências, mas que vai esclarecer as circunstâncias quando tiver acesso ao processo. Leia a nota na íntegra:

“A sra. JAQUELINE MARIA AFONSO AMARAL esclarece que recebeu com surpresa diligência de busca e apreensão na sua residência, sob pretexto de investigação de supostas relações com integrantes de organização criminosa, de vez que se separou e se afastou de seu ex-companheiro há vários anos, tendo constituído outro núcleo familiar. Além disso, a sra. JAQUELINE MARIA AFONSO AMARAL mantém atividade empresarial lícita e regular, não tendo nada a esconder de autoridades, colocando-se à disposição para prestar os esclarecimentos necessários. Neste sentido, inclusive, entregou seu telefone celular, fornecendo senha de acesso, considerando que nada há de ilícito no seu conteúdo, em atitude plenamente colaborativa. A defesa técnica, assim que tiver acesso ao processo, poderá esclarecer com mais propriedade as circunstâncias que levaram ao equívoco de tornar a sra. JAQUELINE MARIA AFONSO AMARAL alvo da referida operação”.

Antes de ser casada com o sertanejo, Jaqueline viveu por 20 anos com ‘Carambola’ um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), apontado como braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.

Júlio César Guedes de Morais, o Julinho Carambola, é apontado pelo Ministério Público Estadual (MPE) como um dos principais chefes do PCC. Ele também foi apontado como um dos mandantes do assassinato do juiz Antonio José Machado Dias em março de 2003, quando voltava do fórum local para sua casa, em São Paulo.

Membro da alta cúpula da facção, ‘Carambola’ dava ordens para integrantes presos e em liberdade sobre tráfico de drogas, compra de armas e execuções de policiais e autoridades.