Os pais do pastor Miguel Oliveira, de 15 anos, foram advertidos pelo Conselho Tutelar e podem ser afastados do filho caso o adolescente continue sendo exposto à mídia. Após ser alvo de ataques e ameaças nas redes sociais, o jovem, que se diz profeta, está proibido de gravar vídeos durante cultos.
Em uma reunião com a família, os conselheiros ressaltaram que, embora o pastor tenha o direito de exercer sua fé e continuar pregando nas igrejas, a divulgação de sua imagem será preservada por tempo indeterminado com o objetivo de protegê-lo. Em caso de descumprimento, os pais estarão sujeitos às sanções legais.


A reunião com os pais de Miguel Oliveira aconteceu na terça-feira (29/4), em Carapicuíba (SP), cidade onde Miguel reside, após o Conselho Tutelar receber uma denúncia de possível exploração religiosa. O encontro foi acompanhado por neuropsicólogos, que forneceram orientações para garantir o bem-estar do pastor, que tem sido chamado de “anticristo” por críticos.
Com mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais, Miguel Oliveira se tornou alvo de ataques após ser acusado de charlatanismo. O caso está sendo monitorado pelo Conselho Tutelar e pelo Ministério Público de São Paulo, que investigam a violência psicológica que o adolescente está sofrendo desde que seus vídeos começaram a viralizar. Ambas as instituições trocam informações sobre as medidas cabíveis para garantir a proteção do pastor.
Em conversa com a coluna, a assessoria de Miguel Oliveira classificou as ameaças como “absurdas” e informou que os pais do adolescente decidiram interromper qualquer contato com a mídia. “Ele é menor, e os pais não querem mais falar com a imprensa, pois as ameaças têm sido intensas, com xingamentos e ofensas graves. Já registraram a ocorrência na delegacia, mas até agora não houve desdobramentos. Por isso, preferiram não responder mais e evitar qualquer nova aparição”, explicou uma integrante da equipe.
A situação de Miguel Oliveira ganhou grande repercussão após a viralização de um vídeo em que o jovem rasga o laudo médico de uma mulher diagnosticada com leucemia e afirma tê-la curado do câncer. Acusado de ser “anticristo” e “profeta do demônio” por críticos, o pastor mirim também se tornou alvo de polêmicas por falar em línguas desconhecidas durante os cultos, gesto que ele interpreta como um sinal de sua conexão com o mundo espiritual. A controvérsia gerou debates intensos sobre os limites entre fé genuína e manipulação religiosa.
Miguel se autointitula “profeta” e afirma ter nascido sem o tímpano e as cordas vocais, o que o deixou surdo e mudo, mas contou que, aos 3 anos de idade, passou por uma cura milagrosa que o fez deixar de ser afetado por essas limitações.