Renan Filho endurece discurso e pressiona Lira a votar isenção do IR


Renan Filho, minisro dos Transportes. Assessoria

O ministro dos Transportes e senador licenciado, Renan Filho (MDB-AL), foi para a ofensiva em duas das principais disputas políticas no Congresso. Em vídeos publicados nas redes sociais, ele comemorou a derrota da chamada PEC da blindagem no Senado e, em seguida, cobrou a Câmara dos Deputados pela demora em votar a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

A movimentação ocorre em sintonia com o pai, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que relatou o projeto alternativo no Senado e conseguiu aprová-lo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Juntos, os dois ampliam a pressão sobre Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara e principal adversário político da família em Alagoas.

“Chantagem”

Renan Filho não poupou críticas à tramitação lenta do projeto na Câmara. “Já fazem 192 dias que o projeto de isenção do imposto de renda até R$ 5 mil está andando a passos de tartaruga. Enquanto isso, o povo continua pagando caro todo mês”, afirmou. Ele também classificou como “chantagem” a tentativa de condicionar a votação da medida à aprovação de uma anistia a envolvidos nos ataques à democracia.

O ministro reforçou o caráter social da proposta: “Quem ganha até R$ 5 mil vai ter centenas de reais a mais todo mês. Isso vira comida, conta paga, dívida quitada. É justiça tributária, é corrigir um erro de anos.”

No mesmo tom, Renan Filho destacou o sepultamento da PEC da blindagem, que buscava ampliar proteções a parlamentares. “Se tem uma coisa que o parlamentar não precisa, é blindagem. O Congresso precisa é de transparência”, disse. Segundo ele, o MDB foi o primeiro partido a fechar questão contra a proposta.

Ao lado do pai, Renan Filho ajudou a articular a derrota da PEC e agora busca acelerar a tramitação da isenção do IR. “Se o Arthur Lira continuar segurando o projeto sem querer votar, o governo tem uma alternativa para seguir em frente”, afirmou, lembrando que o texto aprovado na CAE pode ser usado como via paralela para garantir o benefício à população.

A ofensiva surtiu efeito imediato. Após a aprovação do projeto alternativo no Senado e as críticas públicas de Renan Filho, o presidente interino da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que pretende colocar a proposta em votação já nesta semana.

O movimento deixa Arthur Lira em posição desconfortável: pressionado pelos Calheiros, pelo Planalto e pelo apoio popular à medida — pesquisas indicam que mais de 80% da população é favorável à isenção — o deputado da Câmara vê escapar das mãos o controle sobre a principal pauta tributária do momento.



Fonte: Gazetaweb